Os habitantes antes da colonização
Os indígenas foram os primeiros habitantes de Hammônia. Eles eram os “LAKLÃNÕ” – denominação dado por eles que significa “lugar onde nasce o sol”. Descendentes dos Tapuias e de origem Aimoré eram robustos e sua pele era mais clara em relação a outras tribos e considerada muito valente. O nome “Botocudo” e " Xokleng" foram atribuídos a eles pelos brancos, não tendo nenhum significado indígena, portanto os termos eram desconhecidos por eles.
Durante muitos séculos, os Laklãnõ habitaram as matas que cobriam a nossa região, desde o litoral até a serra. Eram nômades, e isto explica o fato de não terem aparecido continuamente nas imediações da colonização, e por isso a região às vezes parecia desabitada. Na mata atlântica encontravam tudo de que necessitavam: animais, vegetais e o pinhão, comida mais apreciada e consumida por eles por causa do seu grande valor nutritivo.
A tribo funcionava com divisão de tarefas entre os sexos. As mulheres eram responsáveis pela fabricação do artesanato cerâmico (vasilhas de barro para o uso no dia a dia); Colhiam frutos, raízes, mel silvestre e o pinhão que eram estocados; Fabricavam a farinha de pinhão; Confeccionavam mantas com fibras de urtiga (que serviam de agasalho no inverno) e cestos de taquaras para guardar mantimentos. Cabiam a elas, ainda, o cuidado com as crianças a preparação das comidas e bebidas fermentadas com mel e xaxim.
Aos homens índios cabia à fabricação de instrumentos de guerra como arcos e flechas, lanças, bordunas e diversos artefatos necessários para sobrevivência.
CURIOSOIDADES DA TRIBO:
- Quando o grupo se deslocava, as mulheres carregavam todos os seus pertences;
- As crianças de 2 a 3 anos do sexo masculino recebem o botoque em uma grande cerimônia nas noites de lua cheia acompanhadas de cantos e danças. Para a ocasião, elas ingerem uma bebida a base de mel e milho fermentado até ficarem completamente embriagados, nesse estado aplicava-se os botoques e quando acordavam eram considerados guerreiros.
- As crianças eram educadas dentro de um processo crescente para que estivessem preparadas para a vida de adulto;
- As doenças na tribo eram muito raras. Mesmo nas épocas de muito frio e chuvas, não contraíam doenças, pois havia inexistência de agentes contagiosos;
- Suas habitações se resumiam em construções de acampamentos, já que eram nômades, e eram constituídos de simples para ventos;
- Os índios Laklãnõ formavam um povo, pois tinham língua, costumes, cultura e território. Faziam parte do seu cotidiano: a família, o sexo, o nascimento dos filhos, a vida em grupo, as atividades de caça, a coleta, a divisão dos alimentos, as festas, as disputas e a morte.
PERSEGUIÇÃO AOS INDÍGENAS
Podemos citar como representante máximo a perseguição indígena - Martinho Marcelino de Jesus, o Martim Bugreiro. Para a Sociedade Colonizadora Hanseática significou a segurança que o governo da época não podia oferecer a população da colônia, mas por outro lado, significou o medo, a perseguição e a morte de centenas de índios que circulavam nas matas da região.
Com o avanço da colonização em Santa Catarina, o conflito entre índios e brancos foi cada vez mais acentuado, fazendo com que o governo tomasse várias medidas para evitar um massacre dos indígenas bem como permitir que os imigrantes europeus pudessem desenvolver o seu trabalho com tranquilidade.
Em 1910 houve a instalação do SPI (Serviço de Proteção ao Índio) havendo muita dificuldade em mantê-lo funcionando.
Nesse sentido chegamos a uma nova figura Eduardo de Lima e Souza Hoerhann. Ele foi responsável em promover a pacificação entre os índios Xoklengs do Alto Vale do Itajaí e as famílias europeias que haviam sido fixadas na região por conta dos projetos governamentais de colonização do interior do Sul do país. O primeiro contato ocorreu na manhã de 22 de setembro de 1914 e
foi o primeiro caso de criação e demarcação de uma reserva para índios em conflito com a população branca no Brasil.
Em 1967 o SPI foi substituído pela FUNAI (Fundação Nacional do Índio), todavia somente após a promulgação da nova constituição do Brasil de 1988, é que os índios tiveram uma melhor proteção, com obrigação de demarcação das reservas indígenas.
FONTE: TERRA DA FARTURA – HARRY WIESE – IBIRAMA: Edigrave,2007 608p.
Histórico das praças de Ibirama
PRAÇA ENGENHEIRO PEDERNEIRAS:
Criada por lei em 1965, pelo prefeito Manoel Marchetti, a praça leva o nome de Humberto Paranhos Pederneiras, superintendente da estrada de ferro no período de 1º de novembro de 1937 a 14 de abril de 1947. O espaço ocupado pela praça era a parte final da estrada de ferro e local de manobra da locomotiva, que pertencia à Estada de Ferro Santa Catarina SA.
Recebeu um monumento em 1984 para homenagear o ano do jubileu de prata (25 anos) do Lions Clube. Lions Clube é uma organização voluntária que nasceu em Chicago (EUA) em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial pelo empresário Melwin Jones.
O Objetivo era melhorar o mundo e com o tempo a organização foi crescendo e se espalhando pelo mundo.
PRAÇA DR ALDINGER
Localizada entre as ruas Leopoldo Monich e Tiradentes, no centro da cidade, a praça foi criada por lei em 1951 pelo prefeito Max Meldola. Recebeu esse nome em homenagem ao Pastor Dr. Paul Aldinger que chegou à colônia em1901 em companhia de 47 imigrantes e tomou importantes iniciativas dando ritmo a história de Hamônia. Chegou para fazer um experimento nas áreas de agronomia e pecuária leiteira. Mas, por ser formado em teologia foi convidado a cumprir as funções de pastor em 1903 na recém criada colônia Hammonia, cumprindo suas funções de pastor até 1920, quando foi substituído por outro ao seu pedido junto a comunidade evangélica. Dr. Aldinger dava assistência religiosa nas comunidades distantes do centro e se deslocava até elas de carroça, a cavalo ou mesmo a pé para dirigir o culto. Concomitantemente as funções de pastor, fundou a primeira escola 1903 e depois fundou as escolas do Sellin, Rafael e Taquaras. Foi inspetor escolar da Sociedade Escolar Hansa, uma associação com 211 sócios que foi criada para apoiar as atividades escolares para os filhos dos imigrantes. No total foram fundadas 10 escolas que contavam com 254 alunos. Outra importante atividade para Hammonia foi a edição mensal do jornal Hansabote (Mansageiro do Hansa) entre 1904 até 1912. O jornal continha notícias da colônia e região e era impresso na gráfica de Blumenau. De 1920 até 1929, ano do seu retorno a Alemanha, Aldinger dedicou-se à escola agrícola onde ensinava técnicas agrícolas para jovens agricultores da colônia. A sua propriedade agrícola denominou-a Palmenhof (Pátio das Palmeiras) e com seu retorno a terra natal, fez a doação da propriedade para a construção do novo Hospital Hansahoehe.
A rua que dá acesso à igreja evangélica recebeu o nome dele e, a o museu municipal mantém uma sala dedicada ao pastor, com exposição dos objetos pessoais como cadeira, tapete, escrivaninha, fotografias entre outros.
PRAÇA ERWIN SCHEIDEMANTEL
A praça localizada na rua Tiradentes esquina com a rua Ibá Goitacazes dos Reis, recebeu esse nome para homenagear um prefeito nomeado em 1947. Criada por lei em 1981, pelo prefeito Heinz Scheidemantel, seu filho, dá frente á Igreja Matriz Santo Huberto.
Nessa praça encontra-se um mosaico com o brasão do Município de Ibirama instalado em 2017.
O brasão ou escudo de Ibirama foi criado por lei em 1967, ano do comemoração do 70º aniversário de fundação de Ibirama no governo d do prefeito Carlos Pabst.
A heráldica do brasão é a seguinte:
Dividido em quatro campos:
- a) Escudo nacional;
- b) Escudo da Sociedade colonizadora Hanseática com a águia do Império alemão, a chave e castelo de Bremen e Hamburg;
- c) o arco e flecha, simbolizando o homem nativo, e o homem agricultor que se instalou;
- d) Mapa da área simbolizado pelo palmito e pinheiro, indicando a vegetação que dominam a área das culturas
- O lado do escudo é ornamentado com espigas de trigo e folhas de tabaco e milho, culturas que dominaram na época, e abaixo o machado como trabalho manual e a Roda (engrenagem) representando a indústria do município.
PRAÇA JOSÉ DEEKE
Criada por lei em 1951, a praça José Deeke está localizada na Rua 11 de Março e ao lado da ponte Governador Borhnausen. Foi construída para homenagear aquele que por mais de 20 anos (1909-1929), cumpriu funções de administrador da Sociedade Colonizadora Hanseática, e por falta de pessoal cumpriu as funções de delegado, juiz de paz entre outras. Foi cartógrafo escritor e mais atribuições em períodos distintos e importantes para Hammonia nos primeiros anos de sua fundação. A Sociedade Colonizadora Hanseática foi a colonizadora responsável pela vinda de imigrantes alemães, teuto-brasileiros, ítalo-brasileiros e luso- brasileiros até o final dos anos 1920.
A praça foi revitalizada em 1968, por ocasião do 70º aniversário de fundação do município e recebeu o monumento ao Imigrante com uma escultura representando a familia de imigrantes colonos, familia indígena, ladeada por um chafariz que mais tarde foi suprimido. A obra foi projetada/realizada pelo escultor Fritz Alt, de Joinville e executada por Erwin Kurt Taichmann, de Pomerode, em virtude do falecimento do primeiro. As estátuas foram esculpidas em madeira/gesso servindo de base para molde de bronze e fixada em duas torres de granito rosa, rocha comum no município. Ao centro das torres, em uma coluna mais baixa, está fixado o escudo de Ibirama, também em bronze, formando um conjunto de grande significado para a população de Ibirama. Consta na praça uma placa em bronze com os nomes dos primeiros imigrantes que pisaram na terra Ibiramense.
PRAÇA LINDO SARDAGNA
A primeira versão dessa praça localizava-se na Rua Getúlio Vargas com a Rua Joinville, onde hoje é o Banco do Bradesco e foi inaugurado em 10/03/1948 pelo prefeito Ivo Müller tendo a nomenclatura de Jardim Expedicionário Lindo Sardagna.
Em 1981 foi revitalizada e mudou para a Rua Getúlio Vargas, onde é hoje, pelo então prefeito Heinz Scheidemantel.
Denominada com esse nome para homenagear Lindo Sardagna, herói de guerra nascido em Ibirama, um dos “17 de Abetaia”, morreu em ação em 12 e dezembro de 1944 na Segunda Guerra Mundial, e foi agraciado com as Medalhas de Campanha, Sangue do Brasil e Cruz de Combate 2º Classe.
A primeira versão da praça localizava-se na rua Getúlio Vargas com a rua Joinville, onde hoje é o Banco do Bradesco, tendo sido inaugurada em 10/03/1948 pelo prefeito Ivo Müller, com a nomenclatura “Jardim Expedicionário Lindo Sardagna”.
Em 1981 a praça foi transferida para atual localização, rua Dr. Getúlio Vargas, onde anteriormente localizava-se um hotel que foi destruído pelo fogo. No ano de 2004 (confirmar o ano) foi revitalizada.
PRAÇA DA BANDEIRA
Localiza-se entre as ruas Dr. Getúlio Vargas e Travessa Emilio Eberspächer– Centro, em frente ao Arquivo Publico Municipal e Biblioteca Municipal.
Inaugurada 1952, serviu de palco para homenagens em datas cívicas e espaço para brincadeira do público infantil. Nela contém um monumento em homenagem ao poeta contista e jornalista brasileiro Olavo Bilac (autor da letra do Hino à Bandeira brasileira), sendo essa uma homenagem feita pelos escolares do município.
Tem um mastro na parte frontal da praça, podendo hastear simultaneamente as bandeiras nacional, do estado de Santa Catarina e de Ibirama.
A bandeira de Ibirama tem destaque na praça pelo mosaico da flâmula instalada por ocasião dos festejos de 120 anos de colonização, quando recebeu restauração dos bancos, piso, luminárias e do pedestal do busto de Olavo Bilac em novembro de 2017.
E a bandeira Municipal de Ibirama foi instituída pela lei n°547 em 1968, no governo de Carlos Pabst.
A bandeira possui 1,35 por 1,15 de dimensões sendo dividida em três campos de 0,45. Suas cores são: verde (representando a bandeira nacional), branco (campo central apresentando o brasão do município) e vermelho (representando a bandeira estadual).
Breve histórico do acervo museológico Eduardo de Lima e Silva Hoerhann
MUSEU MUNICIPAL EDUARDO DE LIMA E SILVA HOERHANN
O museu municipal Eduardo de Lima e Silva Hoerhann foi criado pela lei n° 551 de 16 de julho de 1968, na gestão do prefeito municipal Carlos Pabs.
Atualmente se encontra localizado na Rua 03 de Maio n°365 | Centro, Ibirama, Santa Catarina, no prédio do Hansahoede.
Em seus corredores estão expostos os quadros da artista plástica Suely Beduschi . A artista é natural de Ibirama e começou a expor em 1972 e desde então vem participando de diversos salões de artes pelo país.
Em Porto Belo, onde mora e mantém seu ateliê, costuma trabalhar afastada por considerar mais produtivo. Acredita que este recolhimento é necessário para purificar sua arte em meio à natureza.
Podemos definir os museus como instituições com tipologias diferentes que guardam acervos, peças integrantes da memória cultural de uma cidade ou de um país.
A função do museu é conservar e preservar o patrimônio para as gerações futuras além de abrigar os registros do tempo, através dele pode-se ver as manifestações culturais de uma região, país ou de um determinado povo sendo um veículo a serviço do conhecimento, da educação e da informação que contribui para o desenvolvimento da sociedade.
Recebeu esse nome para homenagear Eduardo de Lima e Silva Hoerhann , “o pacificador kathangara”, tendo nesse estabelecimento uma sala para contar a sua grande colaboração na história do povo dessa cidade.
QUEM ERA EDUARDO DE LIMA E SILVA HOERHANN?
Hoerhann era filho de Miguel Hoerhann e Carolina de Lima e Silva, sobrinho neto do Patrono do Exército Brasileiro Duque de Caxias. Nasceu em 29/08/1896 em Petrópolis (RJ) e faleceu no dia 30 de agosto de 1976 em Ibirama (SC). Foi responsável em promover a pacificação entre os índios Xoklengs do Alto Vale do Itajaí e as famílias europeias que haviam sido fixadas na região por conta dos projetos governamentais de colonização do interior do Sul do país. O primeiro contato ocorreu na manhã de 22 de setembro de 1914 e
foi o primeiro caso de criação e demarcação de uma reserva para índios em conflito com a população branca no Brasil.
Hoerhann estudava antropologia (ciência que estuda os costumes, crenças, hábitos e aspectos físicos dos diferentes povos que habitaram e habitam o planeta), medicina, botânica (estuda todas as características apresentadas pelos vegetais, fungos e algas) e agronomia (estuda a produção agrícola e pecuária, o manejo de recursos naturais e na gestão de agroindústrias). Falava diversos idiomas como: alemão, italiano, espanhol, inglês, latim, kaigang, guarani e tupi.
Entre as relíquias guardadas no museu podemos destacar os seus objetos pessoais e utensílios indígenas.
HISTÓRIA ( COLONIZAÇÃO)
Ibirama teve o início da colonização em fins de 1897 com a chegada dos imigrantes alemães que fundaram a colônia Hamônia. Seu nome foi alterado para Dalbérgia em 1934, data que ocorreu sua emancipação política e administrativa ( data comemorada sempre em 11/03 de cada ano (2018 completando 84 anos).
e em 1943 passou a ser chamada de Ibirama, que em linguagem indígena quer dizer “Terra da Fartura”.
Em março de 1897, foi organizada em Hamburgo na Alemanha, a Sociedade Colonizadora Hanseática, com o objetivo de colonizar as terras desocupadas dos vales dos rios Hercílio e Itapocu, concedidas pelo Governo de Santa Catarina. Em 08/11/1987 chegaram à barra do Ribeirão Taquaras, o diretor Alfred Sellin, o engenheiro Emílio Odebrecht, seis operários brasileiros e um alemão como cozinheiro. A comitiva subiu o Rio Itajaí-Açu até à confluência com o Rio Itajaí do Norte, onde Sellin achou o lugar favorável e bem situado para sede da Colônia, e deu-lhe o nome de Hansa-Hamônia sendo subordinado ao município de Blumenau.. Em julho de 1899, veio residir no lugar, com muito ânimo, o primeiro colono, o Sr.Willy Luderwald e sua esposa.
Novos colonizadores foram chegando e se dedicando à agricultura e pecuária e, em pouco tempo, foram surgindo incipientes, mas promissoras atividades industriais, especialmente nos ramos de laticínios, madeiras, féculas e produtos derivados de suínos.
MESA REDONDA
Há fortes indícios do envolvimento da Sociedade Colonizadora Hanseática com as atividades do nazismo na Alemanha (nunca comprovados). Esse início é levantado devido ao fato de até os dias atuais existir uma mesa exposta no museu Hansahoede, nela há toda demarcação dos lotes pertencentes à Hamônia de 1897 e na maioria desses lotes existem pregos fixados, que segundo Carlos Pabs, era o registro das contribuições para os flagelados da primeira Guerra Mundial.
Prego menor valia 1000 $ (mil réis) e o maior 10000 $ (dez mil réis).
Curiosidades sobre a mesa redonda.
- No ano de 1917, por exemplo, foi enviado o total de 560000 $ (Quinhentos e sessenta mil réis).
- Cruz das forças armadas da Alemanha na mesa relata o total de arrecadamento.
- Ocorreram contribuições de imigrantes locais até abril de 1938, como é o caso do Sr. Johan Weidmann (João Weidmann – já falecido). Ele adquiriu um lote onde atualmente é o centro do município de Ibirama e que seus descendentes possuem a “caderneta” onde se registravam estas doações, que aconteciam através da Sociedade Colonizadora Hanseática.
SALA - PADRE JOSÉ BRANDEL (ACERVO IGREJA CATÓLICA)
O acervo histórico Padre José Brandel, localizado na Rua Três de maio n°365, no prédio Hansahoede contém fotos, documentos, indumentárias e objetos relativos à vida espiritual da comunidade católica de Ibirama. Padre José Antônio Brandel que chegou a nossa cidade em março de 1950.
Igreja Santo Huberto, situa-se na Rua Praça da Igreja Matriz, nº 10. E foi construída no período 07 de novembro(1971) , quando ocorreu a benção da pedra fundamenta e (12/11/1977) quando ocorreu a inauguração. Seus destaques são o crucifixo com o cristo ressuscitado e o sacrário de autoria de escultores alemães. Santo Huberto, padroeiro da comunidade católica de Ibirama desde os primórdios de sua fundação em 22 de fevereiro de 1905, é pouco conhecido no Brasil ao contrário da Bélgica onde é um dos santos mais populares. Segundo se sabe é a única igreja do nosso país com este padroeiro. Em 30/07/2006 foi inaugurada a Torre Padre José Brandel tendo 16 metros de altura e foi revestida com pedra da região. Está localizada junto a igreja matriz Santo Huberto e nela estão instalados quatro sinos de bronze adquiridos pela comunidade em 1951.
SALA- ACERVO FOTOGRÁFICO (EM MANUTENÇÃO)
Essa sala conta a história da nossa cidade através de fotos antigas.
SALA – ACERVO CENTENÁRIO
Em 1997, Ibirama completou 100 anos de colonização, e para homenagear as pessoas que ajudaram a construir a cidade foi criado o monumento do centenário.
Nele estão esculpidas as figuras do Índio, do Imigrante Desbravador, do Agricultor e do Operário. A obra se localiza na entrada da cidade e foi criada pelo escultor Ibiramense Roland Rikli.
SIGNIFICADO
- Índio – figura nativa de nossa terra, que aqui já viviam quando nossos antepassados chegaram.
- Imigrante desbravador- Aqui veio para abrir os caminhos do desenvolvimento da colônia. Dia do imigrante é comemorado em 25/06 de cada ano.
- Agricultor – peça fundamental para o desenvolvimento da colônia Hamônia.
- Operário – importante figura que impulsionou o desenvolvimento da nossa região.
SALA - IVO MULLER
Ivo Müller nasceu em 12 de abril de 1912 em Brusque, SC. Filho de Luiz Jovita Müller e Eulália Otília Thies Müller.
Começou a trabalhar muito cedo. E ainda garoto, foi aprendiz de farmacêutico em Itajaí, e ali sentiu que esta seria a sua vida profissional. Foi diplomado farmacêutico do Vale Norte, fundando assim, a primeira farmácia da região. Em 1938 construiu sua farmácia e moradia na Rua 11 de março, onde se situa até hoje. Em dezembro de 1938, casou-se com Celsa Linhares e tiveram quatro filhos.
Na vida política, foi prefeito entre 1947 e 1951, eleito de forma democrática após o período ditatorial, do então chamado Estado Novo; além disso, foi vereador e deputado estadual.
Mas foi como farmacêutico e também sanitarista que Ivo Müller mais fez pelo Vale norte, em uma época com poucos médicos e recursos escassos.
A cidade reconheceu seus serviços prestados, recebendo da câmara de vereadores o título de cidadão honorário de Ibirama, concedido em 1981, e o paço municipal com o nome Ivo Müller, além de grandiosa homenagem recebida do Conselho Regional da Farmácia em 1982 pelos 50 anos de profissão exercida.
Ivo Müller morreu em 19 de agosto de1998 vitima de insuficiência respiratória.
Segundo o historiador e responsável pelo Arquivo Público Municipal, Dioney Sartor, na Sala Ivo Müller estarão expostos utensílios da farmácia e de manipulação de medicamentos, produtos químicos e remédios em geral e objetos de uso pessoal do homenageado.
“O ambiente tenta demonstrar Ivo Müller enquanto figura histórica e não somente como farmacêutico. Sua trajetória política e vida pessoal também são retratadas no local”, destaca Dioney.
O acervo foi doado pela família Müller ao Museu Eduardo de Lima e Silva Hoerhann.
SALA - ANTIGUIDADES
Seu acervo traz utensílios antigos da nossa comunidade.
Podemos usar como principal definição - objetos antigos, de vinte a milhares de anos de idade, que o faz testemunhar o passado, são geralmente objetos que apresentam algum grau de história ou alguma atenção para a época.
SALA HERMANN BAUMANN
Essa sala conta a história da construção da Estrada de Ferro Santa Catarina.
A tecnologia e o conhecimento usados na construção das primeiras vias férreas brasileiras geralmente vinham da Inglaterra, mas os ingleses não estavam envolvidos com todas as estradas de ferro do Brasil. O estado de Santa Catarina teve a primeira e única estrada de ferro construída com capital e tecnologia alemã: a Estrada de Ferro Santa Catarina (EFSC), que teve um papel importante para o surgimento de algumas das atuais cidades do Vale do Itajaí.
Naquela época, final do século XIX, muitas terras eram negociadas por intermédio de empresas colonizadoras, que assumiam o papel do Estado na construção de obras de infraestrutura, como pontes e estradas.
Para a Colonizadora Hanseática, uma das grandes beneficiadas por essa obra ferroviária, a ligação férrea significava a valorização das terras de sua propriedade, que eram boas para a agricultura, mas isoladas. Além disso, possibilitava o comércio com outras regiões.
A construção da ferrovia começou em 1908, e o projeto nunca foi totalmente concluído. O primeiro trecho foi inaugurado em maio de 1909 e ligava Blumenau a Warnow (hoje Indaial), num trajeto de 30 quilômetros. O último, de 18 quilômetros, entre Trombudo Central e São João, foi inaugurado em 22 de junho de 1964. A extensão total, sem contar com o Ramal de Ibirama, inaugurado em 1934, foi de aproximadamente 180 quilômetros.
Gradativamente, os trechos da ferrovia foram sendo desativados. Em março de 1971, a RFFSA suspendeu todo o tráfego ferroviário da Estrada de Ferro Santa Catarina.
SALA – ACERVO ROLF BETZ
Essa sala traz a coleção de mais ou menos 75 réplicas de aviões em miniatura confeccionados por Rolf Betz.
Edgar Betz nasceu numa cidade no sul da Alemanha em 31/01/1922. Veio para a cidade paranaense de Garapoava em1924 aos 2 anos de idade para seus pais trabalharem na agricultura. Em 1926 retornaram para a Alemanha, porém no mesmo ano, por motivos de adaptação, voltou ao Brasil e foi morar num internato na localidade de Santana, próximo ao Campo de Marte em São Paulo. Ali teve o primeiro contato com a aviação, quando olhava curioso os aviões serem rebocados. Em 1937, ainda menor de idade, realizou um exame médico básico e conseguiu participar de um clube de aviadores. Arriscava-se de montanhas com um planador caseiro, feito com madeiras dispostas em forma de cruz, onde mal conseguia se manter sentado.
Conheceu sua esposa , Margot, no clube de planadores de Cumbica.
Com a quebra das relações diplomáticas entre Brasil e Alemanha, pelos conflitos na II Guerra Mundial, a atividade no clube de planadores em Cumbica chegou ao fim. Os estrangeiros principalmente alemães foram proibidos de voar.
Em 1951 o jovem casal transferiu-se para Ibirama, onde moravam os pais de Margot desde 1948.Instalaram-se onde hoje está localizada a cervejaria Handwerk. De 1995 a 1972 gerenciou a fábrica de brinquedos do sogro “Cia Saxônia Ltda”.
Em 1964 levantou voo, no aeroporto de Lontras, de sua grande obra, o avião “Pulga”. Segundo ele “ a sensação de voar é extraordinária, não tem explicação. Quando sai do chão parece que as preocupações ficam e a gente se sente livre”.
O aviador Rolf mantém até hoje um hobby. Começou em 1954, a construção de réplicas de aviões em miniatura. São cópias fiéis de vários de vários modelos de aeronaves, de diversos países e de ano e fabricação variada, totalizando 80 exemplares.
Hoje, com 95 anos, Sr. Rolf Betz ainda se lembra de cada detalhe dos aviões que construiu. Sr. Rolf Betz doou para o Museu todo o seu acervo de aviões( hoje tem em torno de 75 miniaturas), incluindo o avião que ele construiu para voar que na época possuía motor de fusca chamado de “Pulga). Hoje está guardado nas dependências do Hansahoehe (antigo Hospital).
SALA ACERVO PASTOR DR.PAUL ALDINGER
Essa sala conta a história da Igreja luterana em nossa comunidade.
Os primeiros cultos eram feitos no galpão dos imigrantes e o primeiro Pastor foi o Pastor Ziegel de Indaial que visitava a comunidade e rezava dois cultos por ano. Em 1902, formou-se uma Comunidade Luterana e o Padre Paul Aldinger foi o pastor da Comunidade.
Paul Aldinger veio da Alemanha e chegou a Hamônia em 16 de junho de 1901. Estudou teologia no Seminário Teológico Evangélico de Blaubeuren - Universidade de Tübingen - Alemanha. O objetivo de sua viagem era pesquisar e também criar um centro de experimentação para formar líderes comunitários. Foi surpreendido quando, em 1902, recebeu o convite para assumir as funções pastorais em Hamônia. Em fins de 1902, Aldinger recebera uma carta confidencial de Hamburgo, comunicando-lhe que a Sociedade Colonizadora estava mal financeiramente e corria risco de falência. Por essa razão, a carta aconselhava-o a desistir de seu projeto, antes da ruína da Sociedade. No entanto, Aldinger questionava: Não era justamente agora, o meu dever de pastor ficar?
Em 02 de novembro de 1902, numa espécie de assembleia geral dos colonos de Hamônia, Aldinger foi eleito seu Pastor e inspetor escolar, assunto com o qual na prática já estava envolvido, pois havia fundado em 1902, a primeira escola alemã naquela região.
Em meados de 1903 os membros da igreja evangélica, embora ainda sem uma organização comunitária, sob a liderança do pastor Aldinger, decidiram construir uma igreja, que servisse também de escola.
Assim em 22 de maio de 1904 foi oficialmente fundado a Comunidade Evangélica de Hamônia em Ibirama e ao mesmo tempo inaugurado o 1º templo, que serviu como igreja e escola por vários anos.
Em 31 de outubro de 1917 o Pastor Dr. Paul Aldinger e sua comunidade lançaram a pedra fundamental da Igreja Martin Luther de Ibirama, mas devido às dificuldades da 1ª Guerra mundial, a construção de fato, só teve inicio em fins de 1926, e, seguiu até maio de 1929, quando no dia 22 o templo foi consagrado.
Pastor Doutor Paul Aldinger (ou simplesmente Pastor Aldinger, como ficou mais conhecido) foi um desses indivíduos que percebeu as necessidades do momento, tomou importantes iniciativas e imprimiu ritmo à história, deixando fortes marcas de sua passagem pela Hansa- Hamônia (hoje Ibirama - SC) entre 1901-1927.
HANSAHOEHE
O terreno onde se encontra o Hansahoehe foi doado pelo Pastor Paul Aldinger à Associação Hospitalar de Caridade Hammonia. Coube assim à Sociedade Hospitalar a tarefa de dividir a responsabilidade da construção do novo hospital.
A arquitetura do prédio construído em1934, pelo médico alemão Friedrich Kroener para ser o hospital da cidade, um orgulho aos habitantes de Ibirama até hoje. A verba para fazê-lo era alemã, mas a mão de obra foi totalmente local. Foi inaugurado no dia 20 de setembro de 1936 como hospital e associação de caridade. Levou um ano e quatro meses para ser construído, considerado um tempo recorde levando em conta seu tamanho, 3.500 m².
Em 1942, durante a II Guerra Mundial, o prédio foi confiscado pelo Estado de Santa Catarina e passou a chamar-se Hospital Miguel Couto, transformando –se em sanatório estadual para tuberculosos. Já em 1986 foi inaugurado o novo prédio do hospital Miguel Couto ( hoje Hospital Waldomiro Colautti) e o antigo ficou em reforma durante 10 anos. Quando Ibirama completou 100 anos, em 1997, o prédio foi desenvolvido para a comunidade restaurado e passando novamente a se chamar Hansahoehe.
Atualmente, em suas dependências está o departamento Municipal de cultura e Turismo, Escola Municipal de Música, Escola Municipal de Teatro, Cinema ( atualmente desativado),
Clínicas Médicas e o Museu Histórico Municipal Eduardo de Lima e Silva Hoerhann.
Um rádio utilizado pelos imigrantes para comunicação com parentes na Alemanha provocou suspeitas de vazamento de informação aos nazistas, fato nunca comprovado. No arquivo fotográfico, imagens mostram a história do Hansahoehe, do pacificador dos índios que batiza o museu.
Hoje ele é mantido e preservado pela Associação Hansahoehe.